quinta-feira, 28 de junho de 2012

LibertAlice


"O louco, o amoroso e o poeta estão recheados de imaginação." - William Shakespeare


No meio das cobertas no início de um inverno que se apresenta timidamente com brisas pouco geladas na madrugada, tenho um conselho a dar. Endereçado ao “estranho mundo de Alice”. “Saia da toca, menina!”, a janela quadrada te pedia isso!

Alma de poeta é assim, sente tudo mais forte, encontra beleza até no mais horrendo monumento! Não está assim, no exato momento? Sendo caçadora aflita de encanto e maravilhas imperfeitas? As janelas, gritavam: “Alice, não seja que nem eu, não se enquadre!”

E quando se pergunta se tudo pode ser ensinado, ouso em afirmar, que em geral, aprendemos do lado cá: Fora dos edifícios, das cercas, das lousas e janelas.

Não basta ter olhos curiosos, língua afiada e braços estendidos: há de se usar a cabeça. E a boca. Não guarde as suas perguntas, não tema as respostas. Respostas podem ser definições e também geradoras de novos questionamentos. E há coisa melhor do que questionar até as delícias que julgamos serem deleites da carne e da alma? Talvez o doce e o mel sejam seu maior veneno e te enfraqueçam aos poucos... Talvez sejam eles te enquadrem, e não a janela.

Essa luta por querer ser louca num mundo normal, enquadra. 

Pensar demais, enquadra.

Calar, enquadra.

Temer, enquadra.

Se anular, enquadra.

Viva.

Ame.

Siga, com passos firmes, em diante.

Encare as janelas, as desafie e escute seus gritos silenciosos querendo te alertar para não ser quadrada igual a elas. 

Respire o que importa. Bata a porta. Rasgue as cortinas! Pense e sorria. Jogue os dados e jure amor eterno, mesmo que ele dure apenas 5 minutos. Quebre as cercas. Mas não diga adeus. No máximo, use um “Até breve.”. Porque sabemos, Alice, que breve, em nossas vidas, nunca será.

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