Fernanda Rodrigues e Souza
Para o meu pai.
Sinto que seus dias estão desperdiçados
em ações de faca de dois gumes,
cortantes da alma e esperança.
Quando eu era criança,
você não era assim...
Queria poder encontrar
aí dentro de você
um pedacinho
que eu ainda reconhecesse.
Mas você hoje é estranho
num ninho
sem carinho,
admiração
ou amor.
O calor dos abraços,
traduzidos em lágrimas
e lembranças
ficam guardados
para quando voltar a si.
Duvido que um dia retorne,
não é que eu me conforme
em sofrer assim.
Desfaço as minhas tranças,
já não somos mais crianças
e sabemos o que é certo.
No mais,
somos gente da boa,
que ao amar
ainda perdoa
e esperamos
dessa vida à toa
um novo abraço de pai, sim!
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